Venho batendo a bastante tempo na tecla de que não devemos nos endividar. Ao contrário de uma empresa de capital aberto – em que às vezes o endividamento aumenta o valor da companhia – o endividamento para a pessoa física nunca é positivo. Mas é claro, todos temos nossas necessidades de consumo, sejam supérfluas ou não – mas não é nesse mérito que quero entrar – e temos de dar vazão a elas.
O que eu quero dizer é que há uma maneira bastante interessante de adquirir coisas: constituindo reservas. Naquela nossa planilha mensal de gastos, podemos incluir algumas linhas de reservas para emergências e aquisição de bens/serviços.
Por exemplo, você deseja muito trocar de carro, não abre mão de andar de carro novo e para isso você terá que vender o seu carro e desembolsar mais R$ 10 mil. Inclua lá na sua planilha a conta “carro novo”. Usando conhecimentos de matemática financeira (podem me perguntar) veja quanto é necessário aplicar por mês para chegar a esta quantia. No nosso caso, a uma taxa de 7% ao ano, basta colocar num fundo de investimento ou mesmo na poupança R$ 251 mensais. Em três anos você terá o seu carro novinho em folha. Se você corrigir essa aplicação mensal pela inflação (somando a inflação do mês), não perderá o poder de compra.
Mas a regra vale para coisas pequenas. Por exemplo, em um ano você sabe que terá de gastar em roupas cerca de R$ 800. Coloque lá uma linha “vestuário”. Com essa mesma taxa de poupança, basta fazer a reserva de R$ 64 mensais e jogá-la no fundo de investimento. Quando já tiver uma quantia que dê pra comprar algo, não se intimide em tirar da poupança e fazê-lo. Você comprará o que deseja e não comprometerá seu orçamento mensal. Peça um desconto nas compras a vista. É um direito do consumidor.
E a regra vale também para impostos, seguro do carro, etc. Estime quanto vai ser o valor do imposto – IPVA por exemplo – divida por 12 e vá colocando na poupança todo mês. Quando chegar a hora de pagar, retire de lá e pague. Seu orçamento continuará intacto.
E por que isso é melhor do que se endividar? Caso surja uma outra urgência, você terá como fazer frente a ela, porque não estará endividado, e sim com uma reserva no banco.
Uma boa semana a todos
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segunda-feira, junho 25, 2007
15ª edição - Constituindo reservas
Postado por Beto às 11:17 AM
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