domingo, julho 29, 2007

19ª edição - Turbulências

Esta semana o mercado acionário mundial passou por uma grande turbulência, em função do temor dos analistas de mercado de que a bolha imobiliária dos EUA estoure a qualquer momento e cause uma recessão mundial. No Brasil, o Ibovespa – índice que compreende as ações mais negociadas da Bolsa de São Paulo – sentiu o baque e caiu 7,87% nesta última semana. É hora de sair do mercado então? Não!

O Ibovespa bateu todos os recordes este ano e o mercado realmente está caro. Mas não é quando as bolsas caem que você deve retirar o dinheiro. Pode parecer incrível, mas esse é o maior erro que as pessoas cometem. Como eu canso de dizer, ações são investimentos de longo prazo. A não ser que o mundo entre numa recessão muito profunda, no longo prazo elas tendem a crescer.

Uma dica nestes momentos é conversar com seu analista sobre ações que sejam menos impactadas por uma prometida recessão mundial. Existem empresas – por exemplo transmissoras de energia – que sofrem menor impacto em caso de crise econômica porque suas receitas já são conhecidas pelos próximos 15, 20, 30 anos. Isso dá uma segurança extra ao investidor.

Um outro ramo que pode ser atraente é o de saúde. Existem companhias abertas no ramo e em franca expansão, crescendo a economia ou não. Claro que elas também são atingidas por uma recessão, mas em menor escala que uma Vale do Rio Doce, que vende aço para o mundo todo, produto que tem tudo a ver com economia crescendo e não, minguando.

O importante é conversar com o analista da sua corretora sobre quais papéis podem ser interessantes diante de um quadro de possível crise econômica mundial. Há sempre uma boa empresa que pode trazer bons retornos.

Uma boa semana.

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domingo, julho 22, 2007

18ª edição - Mudanças na caderneta

O Conselho Monetário Nacional (CMN) fez na última semana uma alteração no cálculo da Taxa Referencial (TR), que é um dos componentes do cálculo da caderneta de poupança. Na prática, a medida reduziu os ganhos da poupança. Agora, em média a remuneração das cadernetas será de 8,7% anuais, já líquidos de impostos.

É bom ficar atento a essa mudança. Dependendo da taxa de administração do fundo DI oferecido por seu banco (<2%),>

No entanto, insisto mais uma vez que o Tesouro Direto ainda é a melhor opção em termos de investimento em renda fixa. Se atrelados a Selic, ainda estão dando cerca de 10% ao ano, mas com perspectivas de queda. Nos pré-fixados, a mesma rentabilidade, mas com a garantia de manutenção, uma vez que já se conhece quando se terá no vencimento no momento da aplicação.

Quem quer fazer que o dinheiro trabalhe para si, é bom ficar atento a essas mudanças. Num prazo mais longo, pode fazer toda a diferença. Olha o exemplo abaixo:

R$ 200/mês aplicados na poupança por cinco anos = R$ 14.850 no vencimento

R$ 200/mês aplicados no Tesouro Direto por cinco anos = R$ 15.324 no vencimento

É uma diferença a se considerar. Uma boa semana a todos

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domingo, julho 08, 2007

17ª edição - Debêntures

Uma boa alternativa de investimento são as debêntures. São títulos de dívida emitidos por empresas estatais e privadas, que remuneram o acionista de acordo com uma taxa de juros definida na emissão dos papéis. Esses papéis têm pouquíssima demanda entre pequenos investidores. Também pudera, geralmente cada debênture vale R$ 10 mil. Na hora da compra pode custar mais ou menos ao investidor, mas isso veremos mais a frente.

O fato é que se trata de um papel pouco accessível ao pequeno investidor. Mas esse quadro está mudando. O BNDESpar iniciou um processo de distribuição de debêntures de R$ 2 bilhões. A novidade é que cada papel custa apenas R$ 1 mil. Ou seja, exatamente do tamanho do bolso do pequeno investidor.

Neste caso, foram dois tipos de debêntures. Uma com remuneração prefixada, ou seja, o aplicador sabe, no momento da compra, quanto vai receber no vencimento e durante o pagamento dos cupons. Outra com remuneração vinculada à inflação – uma novidade em termos de mercado brasileiro em função da inflação baixa.

Pra quem não entendeu a parte dos cupons, vou explicar como funciona uma debênture. Trata-se de um empréstimo que o investidor faz a uma empresa, geralmente para esta quitar outras dívidas mais caras ou investir em algum projeto.

Quando empresta o dinheiro, o investidor recebe a debênture, que prevê o pagamento do valor emprestado da seguinte forma: uma quantia correspondente a quantia principal emprestada e de, semestralmente ou anualmente, uma quantia vinculada àquela taxa de juros definida pela companhia emissora da debênture. Estes pagamentos são chamados de cupons.

O valor da debênture no momento da compra é definido por diversas instituições financeiras, que fazem o chamado bookbuilding do papel. Esse processo, que nada mais é do que a definição de uma taxa de desconto para o fluxo de caixa proporcionado pela debênture, define se ela será comprada mais cara do que seu valor principal (ágio) ou mais barata do que aquele (deságio). Só aí que se sabe qual será o valor de compra.

Quem quiser aplicar nestes papéis, também ter que ter uma conta em uma corretora de valores. Feita a conta, faça o contato com sua corretora e boa sorte. Vale lembrar que é sempre bom consultar um analista que dê uma opinião embasada sobre o risco de default (calote) da companhia. Embora mais rentáveis, empréstimos assim são mais arriscados. Depois disso, mãos a obra.

Uma boa semana a todos

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domingo, julho 01, 2007

16ª edição - Está na hora de aplicar em ações?

Muita gente vem me perguntar se esse é um bom momento para investir em ações. A resposta para todas é: não sei. Alguns argumentam que o mercado está em alta e que em algum momento deve cair. Outros falam na perspectiva de crescimento da economia e que por isso as ações devem subir. Concordo com todos os argumentos. São todos ótimos.

Então como saber se esse é um bom momento para aplicar seu suado dinheirinho nos grandes players de nossa economia? É fácil. Escolha quatro ou cinco empresas com os fundamentos econômicos em dia e caia dentro. E para saber se as empresas estão com os fundamentos em dia existem dois tipos de análises: as gráficas e as fundamentalistas.

As análises gráficas se baseiam no desempenho passado das ações em comparação ao mercado. Daí se descobre se uma ação é muito ou pouco afetada quando o mercado está em queda ou em alta. Mas só essa análise não basta. É preciso mais.

Aí entram os números da empresa. Projeções futuras olhando para o passado da companhia podem ajudar a saber o valor justo de uma companhia hoje. Se ele for menor do que o valor das ações, não compre os papéis. Se for maior, significa que a empresa tem um grande potencial de valorização, o que pode se traduzir no bom investimento.

Combinando-se as duas análises, pode-se diminuir muito o risco de comprar ações e estimar um retorno previsto no longo prazo. Quem faz isso? Os analistas da sua corretora. Procure se informar sobre as ações com maior potencial de valorização e questione que tipo de análise foi feita para se chegar a esses resultados. Se os dois tipos forem combinados, há grandes chances de sucesso, esteja o mercado muito caro ou muito barato.

Uma boa semana a todos