segunda-feira, abril 02, 2007

4ª edição - Tesouro Direto

Na última edição, eu mostrei algumas opções de aplicações financeiras que podem render um bom dinheirinho. Uma delas foi o Tesouro Direto. Muitos já ouviram falar, mas pouco sabem como investir e do que se trata.

No ambiente no tesouro são negociados títulos emitidos pelo governo federal. É um dos instrumentos de política monetária do Banco Central e é usado quando se quer tirar ou colocar dinheiro no mercado. É como se você emprestasse com juros ao governo.

Os bancos não costumam informar aos seus clientes que esse tipo de aplicação é possível – mesmo que usando a corretora da própria instituição. Isso porque, o interesse maior deles é que o dinheiro do cliente seja aplicado nos fundos de investimentos. Neles, os banqueiros conseguem uma boa remuneração através de taxas de administração exorbitantes. Mas na verdade o que esses fundos fazem é comprar esses mesmos títulos – e outros emitidos por empresas, assunto para depois.

Bem, investir no Tesouro é relativamente simples. Vamos ao passo-a-passo:

1. É preciso abrir uma conta em uma corretora de valores. Pode ser a do próprio banco ou uma independente. Eu uso a Ativa Trade.
2. Para abrir a conta é preciso preencher uns formulários e enviá-los à corretora junto com alguns documentos solicitados. Geralmente os de praxe.
3. Depois de aberta a conta, a corretora lhe fornece uma senha para acessar diretamente o ambiente de negociação do Tesouro Direto.
4.No Tesouro Direto existem alguns tipos de títulos e cada um deles tem uma remuneração específica. Vamos a eles.

LFT: Sua remuneração é atrelada à taxa Selic. A famosa taxa de juros que a gente vê nos telejornais e é decidida pelo Copom. Em algumas coisas pode haver ainda um pequeno Spread, ou seja, um acréscimo de juros em cima da Selic. É indicada se o mercado está esperando que as taxas de juros subam. Ou seja, quando a inflação está começando a dar sinais que vai aumentar, é bom apostar nesses papéis, porque é quase certo que o BC vá aumentar a taxa.

LTN: Pré-fixada. Você sabe a remuneração de todo o período no momento da compra. Em outras palavras você fica sabendo desde a aplicação, quanto vai receber lá na frente. Em caso de aposta do mercado na queda da Selic, é “A” opção.

NTN-B: Atrelada ao IPCA, o índice de inflação oficial. Esse papel tem uma particularidade. Semestralmente ele paga cupom. Nos outros você só recebe o valor no momento do resgate ou se negociar o título antes. Nesse, ao longo do período de aplicação, você recebe todo semestre um percentual do valor principal. Você pode reaplicar esse percentual comprando outro título ou pode simplesmente ficar com o dinheiro. Ótimo para poupança de longo prazo, em que se precisa proteger o dinheiro da inflação.

NTN-C: Mesma coisa do anterior. Mas é atrelado ao IGP-M

NTN-B e NTN-C Principal: Idem aos dois últimos. Mas não pagam cupom.

Bem, por último o que você precisa saber é que os títulos têm uma nomenclatura própria. Por exemplo LFT 170110. Quer dizer que o vencimento do título é em 17 de janeiro de 2010. Você compra hoje e recebe nesta data.

Caso precise do dinheiro antes do vencimento, você pode vender o título de volta ao Tesouro pelo preço vigente no mercado. Tem liquidez certa. Toda quarta o Tesouro recompra títulos públicos.

5. Depois de escolher o título no ambiente do Tesouro Direto, clique em comprar. Pronto. O dinheiro tem de estar disponível na sua corretora no dia seguinte. É só fazer a transferência para lá e depois mandar comprovante por fax ou e-mail.

Bem caros, é isso, bom investimento.