Logo depois de eu ter enviado o e-mail da 1ª edição do Finanças e Ciladas, uma colega de trabalho (não, eu não sou o Sílvio Santos) veio me perguntar. “Roberto, eu acabei de receber o meu FGTS. Onde devo investir?”. Eu titubeei, mas disse em seguida. “Não sei. Depende do seu objetivo”. Saber em quê investir é uma questão de ter um bom motivo para guardar dinheiro. Nas próximas linhas, darei alguns exemplos de onde aplicar o dinheiro.
Poupança: Até um mês atrás era mais atraente que os fundos DI. Embora a rentabilidade fosse menor (0,60% a.m.+TR), com a queda na taxa Selic, a velha caderneta superava os fundos DI e de Renda Fixa por dois motivos: essas aplicações pagam imposto de renda (uma mordida de 22,5% do seu ganho) e os bancos cobram taxas de administração médias de 4%. No entanto, se você quer ter menos trabalho e correr zero risco, sem dúvida é a melhor opção. Investimento de curto prazo.
Fundos de investimentos: Todo banco que se preza tem uma prateleira cheia de fundos de investimento para todos o tipo de poupador: agressivo, moderado ou conservador. Mas tem um porém. Os seus lucros são divididos com o banco. E as perdas...você sabe, são só suas. Os fundos mais conservadores têm risco muito baixo, mas retorno idem. Não aconselho, pelo menos agora.
Tesouro Direto: Meu preferido para uma poupança de curto (1 a 3 anos) e médio (3 a 5 anos). Exige, no entanto, um aprendizado, que será assunto em futura edição. Nesta modalidade você vira credor do governo, ou seja, empresta dinheiro para o Lula. E ele – ou outro presidente – te paga juros pelo empréstimo. Com a queda da Selic, a rentabilidade ficou um pouco comprometida. Mas trata-se de investimento com risco muito baixo. Ótimo para fazer um plano de previdência privada, desde que combinado com compra de ações.
CDB: Sigla de Certificado de Depósito Bancário. É um título de renda fixa (assim como os do Tesouro Direto) emitido por instituições financeiras. Estão com juros similares ao do Tesouro Direto. Bom para aplicações de 360 a 720 dias. O risco é o risco das instituições financeiras darem um calote. Se iguala ao Tesouro Direto em termos de prazo de aplicação.
Ações: Investimento de longo prazo. É fundamental que se saiba disso. Somente profissionais sabem ganhar dinheiro com ações do dia para a noite. Exige um certo aprendizado e um acompanhamento periódico. Se o dinheiro poupado é para ser usado em um prazo acima de 10 anos, esse é o caminho. Enquanto o país tiver perspectivas de crescimento, a trajetória desses papéis é sempre ladeira acima. Mas é preciso resistir às crises do mercado. Tem gente que quando vê uma perda de 10%, tira logo o dinheiro com medo de perder mais. Só faça isso se a empresa estiver quebrando (leia e fale com os analistas da sua corretora). Fora isso, agüente firme. A espera irá lhe recompensar. Em outra edição, ensinarei o ABC de como comprar ações. Para o plano de aposentadoria, é o fundamental. Você já fez o seu? Um pré-conselho: fuja dos bancos!
É isso. Aqui mencionei apenas algumas das opções disponíveis. Na verdade, quis privilegiar o pequeno poupador, como eu e você. Mais uma vez o recado é: defina o objetivo de guardar o dinheiro. Escolha uma quantia mensal, a melhor aplicação e mãos a obra. Persista sempre! Boa semana para todos.
:: Na próxima edição: Tesouro Direto, como investir.
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domingo, março 25, 2007
3ª edição - Em que investir
Postado por Beto às 11:53 PM
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