A casa própria é o grande sonho das classes média e média baixa brasileira. Geralmente, quem não tem a sorte de herdar um imóvel da família faz um enorme esforço financeiro para ter o patrimônio, seja através de financiamentos, seja juntando dinheiro. A pergunta que fica é se vale a pena tanto sacrifício para morar em um lugar que é seu.
A resposta é sim. Digamos que você more de aluguel num apartamento de R$ 140 mil e deseje comprar um imóvel de igual valor. Tomando por base que o valor do aluguel é de 0,5% o valor do imóvel, seu dispêndio mensal é de R$ 700. Se a partir do momento em que estiver lendo essas linhas, você resolve juntar dinheiro para comprar um apartamento – digamos R$ 500 por mês –, em nove anos você tem um apartamento novo e pode se livrar do aluguel. O problema é ter esses R$ 1,2 mil para investir todo mês.
Já a falta de paciência pode custar caro. Há no mercado linhas de financiamento que, com um aporte de R$ 1,5 mil por mês durante 18 anos e uma entrada de R$ 28 mil (20% do valor do imóvel), dá para adquirir este mesmo imóvel de R$ 140 mil. O problema é que você passa 18 anos comprometendo uma grande parcela do seu orçamento. E 18 anos não são 18 dias.
A vantagem de morar de aluguel é poder se mudar na hora que quiser, como por exemplo, se crescer uma favela do lado da sua casa ou simplesmente você enjoar do apartamento. Já no caso de um casa própria, apesar de sempre ser possível vender, no primeiro caso, sem sombra de dúvidas, haveria uma grande perda de dinheiro na venda.
Por isso, antes de comprar um imóvel é bom pesquisar muito, perguntar à vizinhança sobre o bairro, e acima de tudo, não o fazer levado pela paixão. Ao adquirir um tipo de bem como este é preciso muita cabeça fria e racionalidade. Não esqueça também de checar todos os documentos do apartamento. É bom gastar um pouco mais e contratar um advogado especializado a fim de evitar dores de cabeça futuras.
Uma boa semana e um ótimo feriado a todos.
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segunda-feira, abril 30, 2007
8ª edição - Comprando um apartamento
Postado por Beto às 12:42 PM |
terça-feira, abril 24, 2007
7ª edição - Venda o seu carro
Poder ter um carro é – perdão o trocadilho – uma mão na roda. Com ele, você se desloca para onde quiser e na hora que quiser. O carro te dá uma espécie de independência. Você pode ir ao trabalho; sair no fim de semana, independente da distância; viajar; namorar e por aí vai.
Mas tudo isso tem um custo. O carro muitas vezes pode ser dispensável, dependendo do uso que se faz dele. Por exemplo, se você não precisa do carro para trabalhar – não falo de conforto, mas necessidade – usa o veículo para distâncias curtas, não tem filhos, nem mulher grávida, muito menos parentes que dependam exclusivamente de você, venda seu carro.
Calma, calma, não vá ligar para os classificados do seu jornal favorito agora. Como tudo na vida que envolve dinheiro é preciso fazer exaustivos cálculos. Pensando nisso, o Finanças e Ciladas elaborou uma tabela que ajudará você a decidir se deve se livrar do carro ou não.
Vamos a alguns exemplos construídos a partir da planilha. Você tem um Gol, ano 2005. O IPVA desse carro, em média é de R$ 1 mil. Digamos que é movido a gasolina e que por mês você anda 200 km. Inclua aí uma manutenção anual (troca de óleo, pneus, pastilhas de freio, alinhamentos, balanceamentos, etc) bem razoável de R$ 500. Some também uma despesa anual de lavagem de R$ 240. No final do ano você terá gasto R$ 3,3 mil aproximadamente.
Agora vamos ao exagero total de você vender este carro, que vale aí uns R$ 20 mil, e para manter o mesmo conforto, só andar de taxi. Com uma frequência semanal de 4 viagens e percorrendo a mesma distância que percorria em um carro, no final do ano você terá gasto R$ 4,1 mil, ou seja, mais do que se mantivesse o carro.
Mas digamos que você vendeu o carro e aplicou o dinheiro na pouco rentável caderneta de poupança, que está rendendo 7,10% anuais. Se mantiver a aplicação você terá na poupança R$ 1,4 mil a mais no fim do ano. Colocando essa grana no bolo, no final você terá gasto em um ano R$ 540 a menos com o taxi do que com o carro. Adicione aí as dores de cabeça que você vai se livrar como estacionar, fazer vistoria, manutenção, lavagem, etc...
A coisa fica ainda mais superlativa se você anda a metade dessa distância em um mês. No final das contas sobram quase R$ 2 mil para você gastar em que quiser depois. Aumentando o valor do carro e do IPVA, sobra ainda mais dinheiro.
Essas contas levam em consideração o absurdo de você só andar de taxi. Mas convenhamos que se você anda distâncias curtas, é bem plausível pegar ônibus, trem ou metrô para fazer os seus percursos. Ou seja, a economia ainda é maior.
Agora é com você. Decida se deve vender ou não o carro, levando em consideração, além do dinheiro, os principais usos que se faz do veículo.
Uma boa semana.
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Postado por Beto às 1:57 PM |
domingo, abril 15, 2007
6ª edição - Investindo em ações
É tempo de juros baixos, mesmo que ainda tenhamos um dos mais altos do mundo. Conseqüentemente, os retornos dos títulos do governo despencaram nos últimos tempos e não dá mais para ganhar muita coisa com o Tesouro Direto. Isso, em tese, significa que a economia vai crescer. E quando a economia cresce, é hora de apostar nas empresas. Ou seja, investir nas bolsas de valores.Comprar as tão temidas ações. Mas pouca gente sabe como fazer para ter uma fração de uma empresa qualquer. Nas próximas linhas um passo a passo sobre como investir na bolsa.
1-Abra uma conta em uma corretora de valores.
2-Depois de a conta aberta, transfira alguma quantia em dinheiro – não é regra, mas para investir em ações é bom ter pelo menos R$ 1mil – para a sua conta na corretora
3-Entre no programa Home Broker fornecido pela sua corretora. Na maioria dos casos é um link na página web da própria corretora.
4-Escolha uma ação.
5-Informe a quantidade que quer comprar. Geralmente as ações são negociadas em lotes de 100 ou de 1.000. Se a quantidade desejada for menor que o lote, o caminho é o mercado fracionário. Determine a quantidade de acordo com a quantia que você tem disponível.
6-Não se esqueça da taxa de corretagem. Muitas corretoras cobram um valor fixo para cada ordem de compra de ações. R$ 10 é um bom preço. Por isso leve-a em consideração no cálculo de quantas ações quer comprar.
7-Por exemplo, você decidiu comprar Petrobras PN, a R$ 50 o lote de 100. Ou seja, para o lote inteiro terá de desembolsar R$ 5 mil. Mas se você tem só R$ 1.000, divida o valor por R$ 50 e veja quantas ações você pode comprar. Nesse caso 20 ações, mais R$ 10 da corretagem. Na prática você terá de desembolsar R$ 1.010.
8-Deixe o tempo passar, mas esteja sempre acompanhando as notícias sobre a empresa. Quando a ação chegar no valor desejado, ou seja, subir de acordo com o que você espera dela, dê a ordem de venda.
9-Finjamos que ela esteja valendo R$ 90 daqui a cinco anos. Como você comprou 20 ações, terá R$ 1.800. Desconte a taxa de corretagem (R$ 10) e o imposto de renda sobre o ganho (15%) e você na prática terá recebido R$ 1.670. Seu retorno anual líquido terá sido de R$ 10,5%. Nada mal para os dias de hoje.
10-Um dia depois o dinheiro é transferido para a sua conta na corretora. Empregue-o bem.
Uma boa semana de economia a todos
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Postado por Beto às 7:43 PM |
segunda-feira, abril 09, 2007
5ª edição - Ganhar mais
Dia desses uma brilhante amiga veio me perguntar como ganhar um dinheiro extra. Ela está juntando para fazer mestrado em cinema na Inglaterra. Eu mostrei para ela que a tarefa não era tão árdua. Basta ter conhecimento e um pouco de tempo sobrando. Essa é, aliás, uma maneira de fazer o dinheiro sobrar no fim do mês. Passar o conhecimento adquirido em cursos, e na própria profissão, pode ser muito lucrativo.
Todo mundo já estabelecido no mercado de trabalho conhece um pouco de informática. E tem sempre uma criança – e muitas vezes adultos – precisando aprender como dar as primeiras tecladas e mexidas no mouse. Coloque um quadro de avisos no seu prédio ou no prédio de algum amigo, dizendo que dá aulas de informática. Pode ser na casa da própria pessoa, usando toda a infra-estrutura do próprio aluno.
Falar inglês ou espanhol nos dias de hoje é fundamental. Todo mundo sabe disso, mas pouca gente fala efetivamente as duas línguas. Está aí uma ótima oportunidade de reunir cinco ou seis pessoas para dar aulas. Uma turma, uma vez na semana, com uma mensalidade de R$ 50 por aluno pode aumentar sua renda mensal em R$ 300. Lembre-se que esse dinheiro, se aplicado no Tesouro Direto por 5 anos, pode se transformar em R$ 18 mil. Dá pra comprar um carro não? Basta ter um espaço em casa, fazer um investimento mínimo para comprar um quadro branco e algumas carteiras.
A dica acima vale ainda para qualquer tipo de conhecimento. Aulas de redação, português, geografia, história, física, química e matemática. Basta saber e ter disposição de passar o conhecimento a frente.
Para os que têm mais medo de fazer experiências próprias ou alguma insegurança em dar aulas, pode, por exemplo procurar trabalhos de fins de semana ou temporários. É comum alguns bares e restaurantes abrirem somente no fim de semana. Sonde essas oportunidades, geralmente em bairros nobres, que geralmente a remuneração é muito boa e nem sempre é preciso experiência.
Pontos turísticos, como o Pão de Açúcar e Cristo Redentor, por exemplo, costumam contratar para trabalhos de fim de semana. Tem que ter influência em inglês e ser universitário. A remuneração também não é ruim e você não precisa deixar de fazer o que já faz habitualmente.
O melhor de todas essas coisas é que ao trabalhar você deixa de sair. Ao deixar de sair, você não gasta dinheiro. Acaba que o dinheiro ganho duplica. Mas é preciso ter em mente que são coisas temporárias. Afinal você não vai passar a vida trabalhando de domingo a domingo. Ninguém agüenta esse ritmo. Tem que ter dia e hora para acabar. Assim você persegue o objetivo e tem o estímulo necessário para ir até o fim.
Uma boa semana de economia para todos.
Postado por Beto às 10:39 AM |
segunda-feira, abril 02, 2007
4ª edição - Tesouro Direto
Na última edição, eu mostrei algumas opções de aplicações financeiras que podem render um bom dinheirinho. Uma delas foi o Tesouro Direto. Muitos já ouviram falar, mas pouco sabem como investir e do que se trata.
No ambiente no tesouro são negociados títulos emitidos pelo governo federal. É um dos instrumentos de política monetária do Banco Central e é usado quando se quer tirar ou colocar dinheiro no mercado. É como se você emprestasse com juros ao governo.
Os bancos não costumam informar aos seus clientes que esse tipo de aplicação é possível – mesmo que usando a corretora da própria instituição. Isso porque, o interesse maior deles é que o dinheiro do cliente seja aplicado nos fundos de investimentos. Neles, os banqueiros conseguem uma boa remuneração através de taxas de administração exorbitantes. Mas na verdade o que esses fundos fazem é comprar esses mesmos títulos – e outros emitidos por empresas, assunto para depois.
Bem, investir no Tesouro é relativamente simples. Vamos ao passo-a-passo:
1. É preciso abrir uma conta em uma corretora de valores. Pode ser a do próprio banco ou uma independente. Eu uso a Ativa Trade.
2. Para abrir a conta é preciso preencher uns formulários e enviá-los à corretora junto com alguns documentos solicitados. Geralmente os de praxe.
3. Depois de aberta a conta, a corretora lhe fornece uma senha para acessar diretamente o ambiente de negociação do Tesouro Direto.
4.No Tesouro Direto existem alguns tipos de títulos e cada um deles tem uma remuneração específica. Vamos a eles.
LFT: Sua remuneração é atrelada à taxa Selic. A famosa taxa de juros que a gente vê nos telejornais e é decidida pelo Copom. Em algumas coisas pode haver ainda um pequeno Spread, ou seja, um acréscimo de juros em cima da Selic. É indicada se o mercado está esperando que as taxas de juros subam. Ou seja, quando a inflação está começando a dar sinais que vai aumentar, é bom apostar nesses papéis, porque é quase certo que o BC vá aumentar a taxa.
LTN: Pré-fixada. Você sabe a remuneração de todo o período no momento da compra. Em outras palavras você fica sabendo desde a aplicação, quanto vai receber lá na frente. Em caso de aposta do mercado na queda da Selic, é “A” opção.
NTN-B: Atrelada ao IPCA, o índice de inflação oficial. Esse papel tem uma particularidade. Semestralmente ele paga cupom. Nos outros você só recebe o valor no momento do resgate ou se negociar o título antes. Nesse, ao longo do período de aplicação, você recebe todo semestre um percentual do valor principal. Você pode reaplicar esse percentual comprando outro título ou pode simplesmente ficar com o dinheiro. Ótimo para poupança de longo prazo, em que se precisa proteger o dinheiro da inflação.
NTN-C: Mesma coisa do anterior. Mas é atrelado ao IGP-M
NTN-B e NTN-C Principal: Idem aos dois últimos. Mas não pagam cupom.
Bem, por último o que você precisa saber é que os títulos têm uma nomenclatura própria. Por exemplo LFT 170110. Quer dizer que o vencimento do título é em 17 de janeiro de 2010. Você compra hoje e recebe nesta data.
Caso precise do dinheiro antes do vencimento, você pode vender o título de volta ao Tesouro pelo preço vigente no mercado. Tem liquidez certa. Toda quarta o Tesouro recompra títulos públicos.
5. Depois de escolher o título no ambiente do Tesouro Direto, clique em comprar. Pronto. O dinheiro tem de estar disponível na sua corretora no dia seguinte. É só fazer a transferência para lá e depois mandar comprovante por fax ou e-mail.
Bem caros, é isso, bom investimento.
Postado por Beto às 12:08 AM |