Uma matéria no caderno de automóveis do jornal O Globo da semana passada é bastante ilustrativa sobre o poder dos juros, para o mal ou para o bem. A matéria denuncia uma prática que as agências de automóveis, orientadas pelas financeiras, vêm seguindo já há algum tempo no Brasil.
Na prática, o vendedor coloca de cara o fator R mais alto e vai diminuindo conforme o cliente pesquisa ou barganha preços.
Vamos a um exemplo de um carro usado de R$ 15 mil, financiado em 60 meses, como é muito comum por aí. Com a taxa máxima, ou seja o fator R mais alto, as prestações saem por R$ 420 (!). Com a mínima, R$ 332. Uma diferença de R$ 87, que aplicados a juros de poupança dão no final do período R$ 6,2 mil. Quase metade do valor do carro (!!).
Não se esqueça que nessa operação você desembolsou R$ 25,2 mil no primeiro caso e R$ 19,9 mil no segundo.
Mas agora vem a melhor parte. Se a compra for bem planejada, é só colocar R$ 584 mensalmente durante dois anos na poupança e você compra este mesmo carrinho, tendo que aplicar na prática R$ 14 mil, ou seja, R$ 1 mil a menos do que o valor do carro. Os outros R$ 1mil os juros te dão.
Por isso, em primeiro lugar, antes de comprar procure se informar sobre a taxa de juros. Tente sempre a menor possível Mas tenha em mente que o prêmio pela espera pode ser altamente recompensador. Por isso, vale a pena ser organizado. E isso não é ser pão duro. É ser inteligente.
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