domingo, maio 11, 2008

Fazendo o pé de meia

Ricardo é fotógrafo em início de carreira. Tem 20 anos, é solteiro, quer ter filhos, e já pensa no dia em que quer parar de trabalhar e curtir a família e as crias. Numa visita ao banco, o gerente de sua conta lhe ofereceu um produto que lhe daria o direito a uma retirada mensal de R$ 5 mil a partir dos 60 anos e que para isso bastava ele autorizar um desconto mensal de uma determinada quantia em sua conta corrente.


É claro que todos sabem estou falando de um plano de previdência. Mas o que muitas pessoas não sabem é que cada um pode fazer seu plano sem a ajuda do banco. E sem ajuda do banco significa, sem pagar taxa de administração, ou seja, ter o mesmo rendimento no futuro, pagando menos por isso hoje!

-E como isso é possível?

Fácil assim: você compra todo mês títulos do governo com vencimento na data de sua aposentadoria. Eu indicaria as NTNs. São títulos corrigidos pela inflação mais um percentual fixo. Hoje, uma NTN com vencimento em 2045 está pagando uma taxa de 6,77% ao ano mais a inflação medida pelo IPCA. Não é lá uma grande rentabilidade, mas a proteção contra a inflação é um grande aliado.

Para comprar NTNs, você deve ser cadastrado numa corretora de valores e pedir uma senha para acessar o Tesouro Direto. Dentro do ambiente de compra do site, você terá de escolher um dos títulos oferecido pelo governo. Se você quiser se aposentar em 2040, por exemplo, é só comprar mensalmente títulos com vencimento naquele ano. Na data, o dinheiro correspondente à compra em títulos é depositado em sua conta na corretora e aí você pode trazê-lo de volta para sua conta corrente.

Depois de transferido de volta para sua conta corrente, não esqueça de aplicá-lo na poupança para que haja um rendimento mensal em cima do valor principal. Desta forma, o dinheiro vai durar muito mais e você só vai retirando o que determinou para si como renda mensal.

Quem quiser saber qual o valor mensal aproximado que deve aplicar nas NTNs para ter uma determinada renda no futuro, basta me mandar um e-mail com nome, idade atual, idade que quer se aposentar e renda mensal desejada na aposentadoria. Prometo responder ao longo da semana.

Uma boa semana financeira a todos.

domingo, maio 04, 2008

Brasil recebe grau de investimento: e daí?

Esta semana o assunto financeiro não foi outro: o Brasil recebeu esta semana o esperado Grau de Investimento de uma das principais agências de classificação de risco do mundo.

Mas afinal o que é isso?

Trocando em miúdos, é um novo patamar de classificação de risco de o Brasil não honrar seus compromissos - leia-se dívidas - financeiros. Um patamar mais baixo é lógico. Explicando de novo, as agências de classificação de risco acham que cada é cada vez menor o risco de o Brasil dar um calote nos tomadores de títulos públicos.

Risco mais baixo significa que mais e mais investidores internacionais vão vir colocar dinheiro por aqui. Além disso, o país e as empresas vão conseguir se financiar com juros mais baratos.

E o que muda em minha vida?

Bem, a tendência é que a economia sofra um baque positivo, já que as empresas vão poder pegar dinheiro emprestado a juros mais baixos para investir. As grandes obras de infra-estrutura, como rodovias, hidrelétricas e de saneamento, vão ficar mais baratas. Com isso deve-se gerar mais empregos e aumentar a renda da população em geral.

Outro efeito na economia deve ser uma desacelerada na inflação, que vinha preocupando a autoridade monetária. Com a entrada de mais dólares dos estrangeiros a cotação da moeda deve cair ainda mais, segurando preços de itens que são impactados pela variação da moeda e incentivando ainda mais as importações. A única possibilidade de o efeito não ser esse é se a demanda for maior que a oferta. É a famosa inflação de demanda.

Deve haver ainda um efeito bacana nos empréstimos. Inflação menor vai representar afrouxamento da política monetária – ajustes para baixo na taxa Selic – e isso pode significar juros mais baixos para financiamento de carro, casa própria e outros bens de consumo.

Para quem investe, devem surgir boas opções no mercado de ações, já que a entrada de mais investidores estrangeiros vai – e já começou a dar – um bom empurrão na Bolsa de Valores. No longo prazo, a tendência é que os ativos se valorizem bastante. Vale sempre lembrar que ação é investimento de risco e sempre deve ser feito de olho no longo prazo. Fuja do daytrade e da especulação. A não ser que você goste de um bom cassino.

Uma boa semana a todos.

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