terça-feira, setembro 18, 2007

23ª edição - Reduzindo a conta de luz

Os gastos com energia elétrica geralmente pesam forte no orçamento familiar. Não é raro a conta de luz chegar a R$ 400 numa família com quatro pessoas. Embora a energia no Brasil não seja algo caro – uma vez que a maior parte da geração é hidrelétrica – os impostos e uma série de outras continhas embutidas na conta de luz encarecem e muito essa despesa familiar.

É fato que precisamos da energia elétrica para viver. Ela está em quase tudo o que fazemos: ilumina os ambientes, aquece a água e alimentos, resfria o ar e conserva alimentos, faz funcionar a TV, o som, o DVD, carrega nossas pilhas e baterias, alimenta nossos computadores. Aliás, essas linhas não seriam possíveis sem ela.

Já que ela está tão presente em nossa vida e não temos como prescindir dela, temos que usá-la da forma mais racional possível, uma vez que além pesarem forte no bolso – em alguns casos chega a comprometer mais de 10% do orçamento – recursos naturais são consumidos para produzi-la. Economizando, você faz bem ao seu bolso e ao planeta.

Apesar de muita gordura ter sido queimada no racionamento de energia de 2001 e 2002 e hoje o consumo médio residencial ainda não ter recuperado os níveis daquela época, há muito ainda em que economizar. Vamos a algumas dicas.

Lâmpadas: Troque as lâmpadas incandescentes por lâmpadas econômicas. Elas custam mais, mas reduzem o consumo de energia com iluminação em até 85%. Existem lâmpadas econômicas com luz amarelada, como as incandescentes. Então, não gostar daquele tom de luz branca não é desculpa para não trocar a iluminação da casa.

Chuveiro elétrico: O maior vilão. Prefira aquecedores a gás instalados em áreas bem ventiladas. Uma outra opção econômica são os sistemas de aquecimento com painéis solares. Diversos condomínios de Belo Horizonte usam e aprovam este tipo de equipamento. Eles já são viáveis economicamente e existem linhas de financiamento específicas para elas. Converse com seu síndico. Na impossibilidade de qualquer uma dessas opções, limite o tempo do seu banho a no máximo 5 minutos. É um tempo bem razoável. O ideal é que seja 2,5 minutos.

Geladeiras e ar-condicionados: Só compre com o selo Procel, no nível de eficiência “A”. Geladeiras frost free consomem mais energia que as convencionais. Se não há dinheiro para trocar a geladeira, verifique as borrachas das portas. O vazamento força o motor da mesma a trabalhar mais. Para o ar condicionado, uma dica específica. Compre o que atenda à sua demanda. Não adianta comprar um ar de 7.000 BTUs para um salão e é desperdício comprar um de 15 mil BTUs para resfriar um quarto pequeno.

Ar condicionado: Nos dormitórios instale-os sempre numa altura de no máximo 1,20 m. Como o ar frio é mais pesado, a tendência é que ele vá para baixo. Numa altura de 1,20m, a área a ser resfriada é quase a metade do que a de um ar instalado a 2 m de altura. Afinal, se você vai dormir no ambiente, não é necessário resfriar o teto, só a altura da cama. A não ser que você durma em uma beliche, essa é a melhor opção.

Torradeiras e sanduicheiras: Evite. Transformar energia elétrica em calor é um dos maiores desperdícios da natureza. O misto quente preparado naquelas velhas chapas no fogão fica tão gostoso quanto se preparado na sanduicheira.

Ferro de passar: Passe todas as roupas de uma vez. Ligar o ferro todos os dias é um enorme desperdício.

Computador: Ajuste seu monitor para desligar automaticamente depois de 2 minutos sem uso. O monitor é o que mais consome energia em um computador. Para isso clique com o botão direito em qualquer ponto vazio da área de trabalho, entre em , vá até a aba e na parte inferior da tela onde está escrito clique em . Em ajuste o tempo para 2 minutos e clique em . Pronto.

Microondas: só use para aquecer alimentos, nunca para prepará-los.

Ventiladores: Prefira os de chão. Ventiladores de teto costumam ficar ligados o dia todo, sem ter ninguém para “ventilar”. Pela dificuldade de carregar os ventiladores de chão pra lá e para cá, é provável que ele passe menos tempo ligado. Ainda se ele passar o tempo todo ligado, seu consumo é menor do que o dos ventiladores de teto.

Posso garantir a meus leitores que se essas ações forem implementadas, o consumo de energia pode chegar a cair 50%, ou mais. Acho que vale o sacrifício.

Uma boa semana a todos

domingo, setembro 02, 2007

22ª edição - Cuidado com a Caixa!

Esta semana todos os jornais deram efusivamente a notícia de que o prazo para financiamento de imóveis da Caixa Econômica Federal (CEF) aumentou de 20 para 30 anos. O Globo, por exemplo, destacava em sua reportagem, que, com a mudança, a prestação reduziria-se em cerca de 17% para um financiamento de R$ 80 mil.

Fico impressionado – e outras pessoas vieram falar o mesmo comigo – como os jornais simplesmente não conseguem ver o outro lado dos fatos ao transformá-los em notícia. Sem nenhum conhecimento financeiro, dá pra notar a falcatrua. Ou seja, você fica pagando o imóvel dez (!) anos a mais, para ter uma prestação apenas 17% menor. Dez anos é uma vida.

Na simulação feita pelo O Globo um financiamento de 80 mil durante 20 anos, incluindo taxas daria uma prestação mensal de R$ 992,79, a uma taxa anual de 8,66% mais TR. Pelas novas regras, o valor da mensalidade cai para R$ 824,69 num financiamento de 30 anos, com uma taxa de juros de 8,16%.

Na prática, aumenta-se o prazo em dez anos (50%) e derruba-se os juros em apenas 0,5 ponto percentual ao ano (5%) . Porque não o contrário? Aplicando a prestação menor no pior investimento possível – a poupança – por 30 anos você terá ao final do período nada menos do que R$ 998 mil, ou seja, quase R$ 1 milhão.

O que os jornais tinham de dizer é que não é o prazo de 20 anos que é ruim, mas sim as taxas de juros que são exorbitantes. Um roubo. Do jeito que as notícias são dadas, fica-se a impressão que o crédito está cada vez mais acessível no Brasil. O mesmo vem acontecendo com automóveis e outros bens duráveis.

Só como consultoria financeira, quem quiser juntar R$ 100 mil para comprar um apartamento e dispõe por exemplo de cerca de R$ 600 para aplicar mensalmente, basta comprar todo mês a quantia em títulos do Tesouro Direto, durante 8 anos e 11 meses. Voilá! Seus R$ 100 mil estarão lá!

Uma boa semana a todos