quarta-feira, setembro 02, 2009

O pré-sal e seu bolso

O governo apresentou na segunda-feira em tom extremamente nacionalista os projetos de lei que enviará ao Congresso para a criação de um conjunto de regras para a exploração petrolífera das áreas marítimas chamadas de pré-sal. Os PLs serão discutidos pelo Congresso nos próximos meses. Em linhas gerais, a ideia do governo é garantir uma participação mínima da Petrobras em todas as áreas do pré-sal, aumentar o capital da empresa, aumentar o controle do que será produzido nessas áreas e aumentar a fatia a que tem direito decorrente da produção de petróleo nessas áreas. Ao aumentar sua arrecadação, o governo prega que destinará esses recursos à educação, saúde, pobreza (bolsa família)

E como isso mexe com o seu bolso?

Se você tem ações da Petrobras, até a aprovação dos PLs e do início da produção dos primeiros campos sob o novo regime de partilha, espere muita volatilidade. Os analistas de mercado estão receosos com relação à capacidade de investimento da petroleira nos projetos, à perda de competitvidade de fornecedores (porque a Petrobras será operadora única) e à forma como o governo injetará capital na empresa.

Se você é um cidadão comum, no curto prazo, nada muda. As primeiras áreas ainda não concedidas do pré-sal só estarão produzindo – e rendendo dividendos ao país – para lá de 2020.

A gasolina também não deve baixar de preço. Até onde se sabe, não viraremos uma Venezuela. O monopólio estatal não foi restituído. Cada vez mais, a tendência é que os derivados do petróleo sigam a cotação internacional, já que um dos pilares do novo marco regulatório prevê que se torne exportador de derivados e não de petróleo cru.

Portanto, não espere mudanças significativas em sua vida no curto prazo. Fica só a esperança que os recursos a serem arrecadados pelo governo sejam aplicados em educação, que é a base sólida para qualquer país do mundo que tenha a mínima aspiração de ser uma potência econômica em nível global.